Plágio ou Pasticho

Subs. masc. (francês pastiche) .Obra literária ou artística na qual se imitou a maneira de outro escritor ou artista. = pastiche.

Um exercício proposto na maioria das oficinas de criação literária é a imitação de estilo, ou até mesmo de um texto, de um autor conhecido. Isso causa estranheza nos aspirantes a escritor e abre o debate a partir da questão: Isso não é plágio?

Plágio é uma imitação velada, maquiada, de uma obra. Nestes casos o “autor” empenha-se em disfarçar e omitir a origem da obra utilizada como matriz estética, estilística ou de argumento ou qualquer outra variável literária ou artística. Se descoberto; nega. Com veemência. O caso recente mais famoso foi o de A Vida de Pi de Yann Martel, já citado neste blog (ver post https://portamalas.wordpress.com/2013/06/30/yann-martel-o-felino/).

O pasticho, segundo Estevão Cruz, “é a imitação artificial e servil das expressões e dos processos de estilo de um autor. O pastichio é igualmente um bom meio de nos preparar-mos para a arte de escrever. … Saber imitar é aprender a não imitar mais.”

Isso não satifaz os aprendizes – e provavelmente nem mesmo os leitores que estão refletindo sobre esse tema pela primeira vez. Ainda persiste a questão ética: Mas ainda que seja apenas um pasticho, não ‘pega mal’ utilizar obra alheia para produzir algo “autoral”?

A verdade é que isso é recorrente na literatura mundial. Não há mal nisso, e, conforme a intenção e habilidade do autor, pode resultar em uma obra importante e distinta da original. Obviamente, um escritor que construir toda a sua obra em cima de pastichos terá sua capacidade criativa prejudicada e não será reconhecido como um artista original.

Ou seja, pasticho pode e – se usado com moderação e talento – tem aceitação no meio literário. O que não pode é plágio. É feio e é crime.